Levantar recursos para alavancar negócios é um desafio para muitos empreendedores. Há opções, desde as mais tradicionais, como bancos, mercado de capitais (como os fundos de investimento), passando por investidores-anjos, e chegando ao inovador crowdfunding para pequenas empresas. Entretanto, você sabia que há um segmento de fundos de investimento para empresas sustentáveis ou ESG?
A sustentabilidade é um tema que tem ganhado cada vez mais destaque atualmente, abrangendo não só as questões ambientais, mas também os aspectos social e de governança corporativa. Esses três itens são conhecidos como ESG (Environmental, Social and Governance), ou ASG em português.
Você com certeza já ouviu falar sobre empresas que têm buscado adotar mais práticas de conformidade com a sustentabilidade corporativa– se é que esse não é seu próprio caso!
Mas o que muitas pessoas não sabem é que essa sustentabilidade também tem a ver com investimentos. Mais especificamente, estamos tratando aqui sobre fundos de investimentos.
Sim, existem fundos de investimentos que levam em consideração aspectos da responsabilidade socioambiental!
Esses fundos não são a mesma coisa que aqueles denominados como IS (Investimento Sustentável), porque não têm como propósito a sustentabilidade em si, mas adotam práticas de ESG.
Fundos de investimentos e ESG
Há algumas condições que devem ser cumpridas tanto pelo fundo quanto por seu gestor para que ele possa receber essa qualificação diferenciada – que pode, inclusive, ser utilizada para fins de relações públicas e marketing.
De acordo com a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) é necessário que o gestor também atenda a esses requisitos, porque se entende que a opção por produtos relacionados a ESG envolve um processo incorporado à gestão. E isso não se relaciona às políticas internas enquanto empresa, mas sim à integração de ESG na análise e gestão de investimentos.
A Associação afirma que, tanto para o gestor quanto para os fundos, os requisitos se relacionam a:
- Compromisso com sustentabilidade;
- Ações continuadas adotadas; e
- Transparência com o investidor e o público em geral.
Deve haver a formalização de um compromisso com as práticas de ESG, que deve ficar disponível para o público e ser atualizado, ao menos, a cada 24 meses.
Além disso, os fundos devem obedecer às condições de autorregulação da ANBIMA, cuja regulamentação pode ser encontrada no próprio site da Associação.
Fundos para ESG: o que sócios e administradores de empresas devem observar?
O que se verifica é que não basta a mera vontade do gestor em identificar seus fundos de investimento como sustentáveis. É necessário o cumprimento de diversos requisitos, previstos pela ANBIMA, para que essa qualificação possa ser feita.
Essa nova possibilidade de identificação dos fundos começou a valer em janeiro de 2022, e a ANBIMA já identificou, até julho do mesmo ano, 5 fundos como adeptos a práticas ESG:
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BOCAINA IN FC FI IN D I INF RF CRED PRIV;
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BOCAINA INF M I FI INC D IN EM INFRA RF;
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BRASIL CAPITAL SB MASTER FIA;
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CLARITAS VALOR FIA; e
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FAMA FIFE ICATU PREV FIA.
A força crescente das práticas ESG no mercado
Com isso, você pode notar o quanto essas práticas têm ganhado força e notoriedade no mercado. Mesmo que isso seja uma questão ainda incipiente, observa-se que até mesmo o ramo de investimentos já está dando uma maior relevância para a sustentabilidade empresarial.
E disso se pode deduzir o quanto a adoção dessas práticas também pode ser proveitosa, aportando recursos para as empresas que sigam as melhores práticas de gestão sustentável, muito além de uma questão de imagem diante de clientes e demais grupos de interesse.
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Conheça mais sobre este assunto com outros conteúdos sobre sustentabilidade para empresas:
A importância do ESG no mundo dos negócios
Crowdfunding para pequenas empresas: entenda as regras desse tipo de investimento na prática
Energia solar: vale a pena investir?
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Referências:
https://www.anbima.com.br/pt_br/especial/fundos-esg.htm
https://www.anbima.com.br/data/files/93/F5/05/BE/FEFDE71056DEBDE76B2BA2A8/Guia_ASG_II.pdf