Por Caique Ruiz / Legal Design / 8 setembro, 2020

A busca por inovação está transformando o mundo dos negócios. Cada vez mais empresas dos mais diversos ramos investem tempo, esforço e muito dinheiro para proporcionar a melhor experiência para os consumidores de seus produtos e serviços.

Entender as necessidades, o que as pessoas sentem, precisam e procuram ao interagir com um produto ou serviço deixou de ser modismo e se transformou em vantagens competitivas para os negócios. Até aqui, estamos falando de design e UX (user experience ou experiência do usuário) e nos serviços jurídicos não é diferente.

Mas como inovar no mercado jurídico? É possível unir direito com design? A resposta é sim! Neste descortinando vamos falar sobre o Legal Design e como, aos poucos, traz novos ares ao universo jurídico.

Legal Design: o que é isso?

Legal Design é uma abordagem inovadora que busca desenvolver soluções jurídicas conforme a necessidade das pessoas, em um formato que elas entendam. Usa de estratégias criativas e focadas no usuário para encontrar melhores caminhos a seguir, para servir melhor as pessoas.

Percebeu que falamos sobre pessoas a todo momento? Esse é o segredo do Legal Design. Pessoas! Muito mais do que construir documentos bonitos e bem formatados, o Legal Design vai além do aspecto estético e busca com clareza engajar os usuários de um serviço jurídico.

E quem são essas pessoas ou usuários?

  • De um contrato

    As partes;

  • De uma política de privacidade

    A pessoa que entregou os seus dados;

  • De uma petição inicial

    O juiz;

  • De um software ou App jurídico

    O advogado.

Portanto, podemos dizer que o Legal Design pode ser aplicado de ponta-a-ponta nos serviços jurídicos. A seguir, vamos falar sobre uma das formas de fazer isso na prática.

Visual Law

Antes de tudo é preciso entender a informação que você vai fornecer, a pessoa a quem essa informação se destina e o contexto que essa informação vai ser acessada. Hoje consumimos informações das mais variadas formas, quase sempre no intervalo entre uma atividade e outra. Por isso é fundamental que essa informação seja organizada e diagramada de uma forma amigável (sem juridiquês) e didática.

O Visual Law começa observando o usuário, a pessoa que vai interagir com essa informação. É uma proposta para melhorar a comunicação jurídica utilizando de elementos visuais e fundamentos do design. O objetivo é construir documentos jurídicos claros e eficazes.

Para que isso se concretize é preciso passar por algumas etapas:

  • Encontrar o problema

    Procurar onde mais dói e entender essa dor como uma oportunidade;

  • Apontar possíveis caminhos e organizar as ideias

    Organizar um time multidisciplinar e levantar ideias, com canetas e post-its nas mãos é hora de ser criativo e sair da caixinha;

  • Prototipagem

    Agora as soluções criativas saem do papel e do campo das ideias. Arrisque, busque tecnologias, novos softwares, figuras e coloque pra funcionar;

  • Testar

    Testar com o usuário cada solução proposta, ouvir e perceber as suas necessidades e dificuldades diante da solução;

  • Reavaliar e otimizar:

    Ficar o tempo todo junto do usuário, observar, mudar o que for preciso e repassar todas as etapas.

Exemplos: uma procuração pode vir acompanhada de uma página explicando quem são as figuras que a compõe (outorgante e outorgado), o que ela permite fazer (os poderes) e por quanto tempo valerá; os termos de uso do seu site podem ser interativos e apresentados de três formas diferentes (clique aqui para conferir).

Esses exemplos certamente passaram por essas etapas e tiveram como objetivo a satisfação e compreensão do usuário.

O Legal Design veio para ficar e logo será indispensável. Em tempos de transformação digital dos negócios, as relações jurídicas precisam se reinventar e ficar mais próximas das pessoas. Assim, Legal Design e Visual Law não devem ser compreendidos como disciplinas e sim como um movimento construtivo e inovador. É isso!

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